A inclusão digital deve ser considerada por todas as empresas ao desenvolverem sua presença na web.
Em relações com investidores, não é diferente. O site das companhias também precisa ser inclusivo e compatível. A seguir daremos informações e dicas para sua empresa se manter em conformidade com a inserção de diversos públicos no mercado de capitais.
Acessibilidade combina tecnologia, processos, pessoas e conhecimento jurídico para tornar seus ativos digitais acessíveis – e mantê-los assim.
A importância da acessibilidade
A acessibilidade se concentra em garantir que não haja barreiras para fornecer uma experiência de usuário equivalente a todos, independentemente da capacidade ou da forma como as pessoas acessam a tecnologia.
Existem muitos tipos de deficiência que podem afetar os usuários – visual, auditiva, motora, cognitiva e de fala – e devido a essa variedade, os visitantes podem encontrar várias dificuldades ao acessar um site.
O seu objetivo deve ser o de tornar a experiência de quem navega em seu site inclusiva e direta, não apenas porque é a lei, mas porque você deseja que todos tenham acesso às ferramentas e serviços que você oferece.
Significado da acessibilidade em relações com investidores
O site de RI é a fonte de informações mais confiável para os investidores e a experiência de navegação deles é vital para o seu relacionamento. Hoje isso é ainda mais verdadeiro devido ao engajamento virtual, acelerado pela pandemia.
Embora a comunicação certamente tenha seus desafios – especialmente para aqueles com deficiência – é sua responsabilidade como empresa garantir que a transição para o virtual seja a mais tranquila e acessível possível para todos. Como atualmente há 1,3 bilhão de pessoas com deficiência, devemos presumir que uma parte de nossos usuários está entre essa população.
Diretrizes
As leis e regulamentos geralmente diferem entre as jurisdições, mas os mais conhecidos são o ADA ( American with Disabilities Act ), o AODA ( Acessibilidade para Ontarianos com Deficiências ) e EN 301 549: O Padrão Europeu para Acessibilidade Digital .
Embora variem em alguns aspectos, o principal ponto em comum é que todos apontam para padrões técnicos internacionais de acessibilidade digital chamados WCAG ( Web Content Accessibility Guidelines ), que é um conjunto de diretrizes para o design e desenvolvimento de plataformas digitais. Independentemente de onde você esteja no mundo, suas leis locais sempre irão apontar para este conjunto de diretrizes.
Cenário brasileiro
Segundo dados divulgados no Panorama Nacional e Internacional da Produção de Indicadores Sociais pelo IBGE em 2018, estima-se que 12 milhões de pessoas, cerca de 6,7% da população brasileira, têm algum tipo de deficiência — Esse estudo considera deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.
Para que possamos garantir a democratização dos acessos à informação e serviços essenciais, contamos com legislações específicas. A mais importante delas é o Estatuto da Pessoa com Deficiência, conhecida também como Lei Brasileira de Inclusão.
Criada em 2015 e em vigor desde 2016, a lei de garante que “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação” – (Capítulo II, Art. 4º)
Abaixo, podemos encontrar algumas leis que também garantem a inclusão da pessoa com deficiência.
- Lei de cotas para Deficientes e Pessoas com Deficiência – Garante a contratação de PCD nas empresas;
- Lei Nº 10.098 – Primeira lei brasileira voltada totalmente para a acessibilidade;
- Decreto Nº5296 – Emitido em 2004, complementa a Lei nº 10.098, reforçando o acesso à informação, comunicação, atendimento prioritário, entre outros. É responsável também pela criação da ABNT NBR 9050,
- ABNT NBR 9050 – Norma regulamentadora referente a acessibilidade a edificações, mobiliários e equipamentos urbanos.
Falhas e barreiras de acessibilidade mais comuns de serem encontradas
Uma pesquisa conduzida pela WebAIM, na qual 1 milhão de pessoas foram questionadas sobre as falhas (ou barreiras) de acessibilidade mais comuns que enfrentaram, os resultados foram os seguintes:
- Texto de baixo contraste
- Texto alternativo ausente
- Etiquetas de formulário ausentes
- Links vazios
- Falta o idioma do documento
- Botões sem funcionar
Na verdade, 97,7% de todos os erros detectados se enquadram nessas categorias.
É responsabilidade de sua companhia incorporar a ideia e a execução da acessibilidade em todos os aspectos de seus fluxos de trabalho e monitorar constantemente seu site e propriedades digitais em busca de problemas em potencial. Mas devido à mudança de conteúdo, padrões em evolução, diferenciação entre grupos de deficiência dentro da população, etc, dificilmente será possível atingir um nível de 100% de acessibilidade – mas a busca pelo aperfeiçoamento deve ser constante.
O que pode ser feito para melhorar a experiência do usuário?
O primeiro passo para ter uma navegação mais inclusiva é adaptar a linguagem do HTML5, usando atributos como alt e title. Esse recurso garante aos softwares de leitores de tela e os softwares de tradução de libras, uma leitura mais precisa do que está sendo exibido, descrevendo textos e imagens.
Outro recurso que você pode implementar no seu site é o ajuste de cores e tamanho de fonte, permitindo com que o usuário consiga ajustar o texto de acordo com a sua necessidade visual. A navegabilidade através do teclado, mapa do site, áudio e vídeos com descrições adequadas também são boas ferramentas para incluir o público no acesso ao seu conteúdo.
Não basta apenas adotar uma ferramenta de contraste ou libras, por exemplo. É necessário uma programação por trás de todo o conteúdo do site, e esse cuidado deverá ser mantido nas atualizações futuras.
Conclusão
Sites de relações com investidores devem ser inclusivos.
Sua companhia deve se preocupar com a experiência de quem navega em seu site não apenas porque é lei, mas porque há consciência e o desejo de que todos tenham acesso às ferramentas e serviços que oferecem.
Como atualmente há 1,3 bilhão de pessoas com deficiência, devemos presumir que uma parte de nossos usuários está entre essa população.
Dificilmente será possível atingir um nível de 100% de acessibilidade – mas a busca pelo aperfeiçoamento deve ser constante.